Pesquisa Mostra como Biodiversidade e Biomassa Afetam Estoques de Carbono no Cerrado

O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro: além de cobrir 25% do nosso território, ele ainda abriga uma das mais notáveis biodiversidades do mundo. Contudo, com o avanço do desmatamento e das queimadas na região central do País, o Cerrado se encontra em constante ameaça. Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP estudaram a relação entre a biodiversidade do Cerrado, seu estoque de carbono e a biomassa de sua vegetação, contribuindo para um melhor entendimento sobre como mudanças no uso da terra afetam as emissões de gases de efeito estufa.

O conceito de biodiversidade abrange todo o conjunto de fauna e flora e suas variabilidades e pode ser usado em referência a um determinado local. O estoque de carbono representa a quantidade de gás carbônico (CO2) retirado da atmosfera e fixado pelas plantas durante o processo de fotossíntese. A absorção do gás pela vegetação é um mecanismo essencial para a regulação de temperaturas e mitigação das mudanças climáticas. A biomassa, por sua vez, é material orgânico – neste caso, vegetal, oriundo das árvores – e um objeto importante no cálculo do carbono absorvido pela flora, já que ela detém de 48% a 52% de carbono em sua composição.

Para a realização do estudo, um trabalho de levantamento de informações sobre as árvores e o solo foi feito na Reserva Biológica de Mogi Guaçu, no interior de São Paulo. A área total analisada foi de 5 mil metros quadrados (m2) e se refere ao Cerrado stricto sensu, ou seja, onde o bioma apresenta suas características clássicas. Dentre elas, pode-se citar os galhos retorcidos, folhas mais largas e a presença de solos profundos. […]

Os resultados foram apresentados no artigo Biodiversity and biomass relationships in a cerrado stricto sensu in Southeastern Brazil, publicado na revista Environmental Monitoring and Assessment, em março de 2023. […]

O estudo considerou a biomassa florestal acima do solo (BMAS), que diz respeito ao carbono fixado via fotossíntese nas plantas. “A biomassa e o carbono andam juntos. À medida que a biomassa aumenta, a quantidade de carbono vai subir, assim como seu estoque. A biomassa em si é muito importante, já que ela garante a fertilidade do solo e a sobrevivência da biodiversidade de toda a vegetação”, explica Ana Paula. Essencial na manutenção das propriedades do solo, a biomassa florestal também aumenta a capacidade de retenção de água e contribui para a sua estrutura física.

Para saber mais, inclusive sobre a importância do Cerrado para o equilíbrio ecológico no Brasil, acesse: https://jornal.usp.br/ciencias/pesquisa-mostra-como-biodiversidade-e-biomassa-afetam-estoques-de-carbono-no-cerrado/

Imagem de Gabriela Bueno cedida exclusivamente à PRPI

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