Estudo Explica como Fungo Pode Controlar a Principal Praga que Afeta o Cultivo de Milho

corn-3705687_1920-min

A cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) tornou-se um problema sério para a agricultura. Esse inseto diminuto está hoje amplamente distribuído nas Américas, desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina. No Brasil, ele utiliza apenas as plantas de milho como hospedeiras e ainda são desconhecidos seus mecanismos de adaptação a outros vegetais. Na planta do milho, a cigarrinha causa um dano direto, pela sucção da seiva do floema – o tecido vivo através do qual circulam compostos orgânicos solúveis, em especial a sacarose, pelo corpo vegetal.

Mas esse não é o principal problema: o inseto é também um transmissor de fitopatógenos – bactérias e vírus – que podem causar grandes danos às espécies vegetais, afetar a produtividade e, por decorrência, a produção do milho.

Para combater a cigarrinha-do-milho – reduzindo sua população e principalmente impedindo a transmissão de fitopatógenos para novas plantas hospedeiras –, duas estratégias são habitualmente adotadas: a pulverização com agroquímicos e o controle biológico. Os inseticidas químicos são, de longe, os mais empregados. Mas, diante de seus efeitos colaterais desfavoráveis, o controle biológico vem obtendo crescente adesão.

Um dos agentes bioinseticidas utilizados em produtos atualmente comercializados é o fungo Cordyceps javanica (anteriormente denominado Isaria fumosorosea ou Cordyceps fumosorosea). Essa espécie generalista apresenta alto potencial de controle sobre insetos sugadores. Mas, até agora, não se sabia exatamente como isso acontecia. Para elucidar o mecanismo de atuação do fungo entomopatogênico sobre a cigarrinha-do-milho foi realizado um estudo pioneiro no Centro de Pesquisa Avançada de São Paulo para Controle Biológico (SPARCBio), constituído pela FAPESP e pela empresa Koppert Biological Systems na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP.

A investigação foi conduzida pela engenheira agrônoma Nathalie Maluta, pós-doutora na área de fitossanidade e pesquisadora da Koppert Brasil. Teve a participação de Thiago Rodrigues de Castro, coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento da Koppert Brasil, e de João Roberto Spotti Lopes, professor da Esalq. Os resultados foram publicados [clique aqui] na revista Scientific Reports.

“Nosso trabalho evidenciou que o fungo começa a afetar o comportamento da cigarrinha-do-milho dois dias após a pulverização do bioinseticida, reduzindo a atividade alimentar dos insetos nos vasos do floema das plantas de milho, local onde ocorre a transmissão de fitopatógenos”, conta Maluta à Agência Fapesp

Para obter esse resultado, a pesquisadora aplicou uma técnica, ainda pouco conhecida no Brasil, chamada de electrical penetration graph (EPG). Nesta, a cigarrinha de teste, ativa sobre a planta de milho, é conectada a um eletrodo. E a atividade de seu estilete – isto é, da estrutura bucal, semelhante a minúsculos canudos, utilizada para sugar a seiva – pode ser assim monitorada e representada por meio de um gráfico, permitindo a associação das formas de onda produzidas com as atividades biológicas desempenhadas pelos insetos. Guardadas as devidas proporções, o procedimento é semelhante ao do eletrocardiograma, que monitora graficamente a atividade do coração.

Para saber mais, inclusive sobre o fungo empregado como bioinseticida, acesse: https://jornal.usp.br/ciencias/estudo-explica-como-um-fungo-pode-controlar-a-principal-praga-que-afeta-o-cultivo-de-milho/

Imagem de Ilo por Pixabay

Endereço

Rua da Reitoria, 374 – 3º andar
Cidade Universitária
CEP 05508-220
São Paulo SP

Portaria PRP nº 855, de 25 de março de 2022

Portaria PRP nº 595, de 01 de setembro de 2017

Composição:

Paulo A. Nussenzveig – Pró-Reitor

Susana Inés Córdoba de Torresi – Pró-Reitora Adjunta

Ana Paula Tavares Magalhães (FFLCH)

Daniel Varela Magalhães (EESC)

Renata Eloah de Lucena Ferretti-Rebustini (EE)

08/05/2019 – Perspectiva sobre Plágio Acadêmico e Integridade Científica

Promovido pelo Comitê de Boas Práticas Científicas da Pró Reitoria de Pesquisa e Inovação da USP, a palestra discutiu o plágio no âmbito acadêmico, em modalidades como o autoplágio e o plágio de fontes, que passam do alcance jurídico, mas impactam seriamente as rotinas e reputações científicas. Os palestrantes foram a professora Sueli Mara Ferreira e os professores Fredric Litto e Marcelo Kroskocz.

15/04/2019 – Política para Acesso Aberto às Publicações Resultantes de Auxílios e Bolsas FAPESP

Proferida pelo professor  Carlos Henrique de Brito Cruz, a palestra buscou apresentar e explicar a Portaria CTA nº 01/2019, que tem por objetivo instituir a Política para Acesso Aberto às Publicações Resultantes de Auxílios e Bolsas FAPESP. Veja o vídeo aqui.

Destinado a toda a comunidade USP, este Guia disponibiliza informações sobre ética e integridade em pesquisa de forma sintética e acessível:
 

Guia de Boas Práticas Científicas

A USP é signatária da Declaração de São Francisco sobre Avaliação da Pesquisa (DORA)

Leia a Declaração